segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Prólogo - School Of "Insanes"

 
   " A garota estava jogada no chão, ela não sabia onde estava, o que fazia, e muito menos quem era. O bosque estava escuro, a visão era pouca, só se enxergavam algumas folhas e o chão.
      Tudo aquilo que lhe fortalecia havia ido, não tinha forças para se levantar.
       - Eu consigo, eu consigo - ela sussurrava para si mesma
       - Você têm que conseguir - a mulher se aproximava
       - Eu sou só uma humana, eu não consigo fazer isso. - lágrimas escorriam pelo seu rosto
       - Todos nós sabemos que você não é só uma humana. Não vê o que eles fazem com vocês? Ele já deu chances demais, agora ele precisa de você para acabar com toda essa sujeira. - a mulher se ajoelhou
       - Porque eu estou falando com você? Eu nem te conheço - ela tentou se afastar
       - Você não me conhece, mas eu te espero por anos. Você nasceu e morrerá para isso, este é o seu lema.
       - Nem sei o que sou, não posso sair matando pessoas! Minha família me abandonou, eu não tenho mais ninguém, fazer tudo isso por quem? Por mim? Pra que? Continuar nesse inferno? - a garota falava com fúria
       - Você terá alguém, uma motivação. Várias na realidade. Confie em mim, eu só estou a te avisar.
       - Eu não tenho ideia de como começar isso!
      Tristeza e preocupação, era o que havia em seu olhar, ela estava perdida, completamente. Não tinha como sair do buraco em que caiu. A mulher sumiu do nada, como todas as pessoas que haviam passado por sua vida, foram poucas, mas todas se foram. Em algo ela concordava com a mulher, aquelas pessoas sofriam, eles nos maltratavam e mereciam uma lição, mas acabar com todos eles fazendo as outras raças sobreviverem? Não tinha ideia de como.
      A garota estava chorando, jogada no chão ainda, até que ruídos surgiram no meio da mata. Imediatamente ela olhou, desta vez ela estava apavorada.
      Foi quando ele saiu do meio das árvores e arbustos. A imagem era embaçada, mas apenas as covinhas e os cabelos cacheados tornava-o perfeito.
      - Outro pra me pressionar? - ela observava cada movimento do garoto
      - Eu estou aqui para te ajudar - ele sorriu de canto - Quer ajuda? - estendeu a mão e a garota pegou
      - Você sabe o que eu sou? - ela questionou
        - Sim. Mas você tem que descobrir.
      - Não é mais fácil você me contar?
      - Mas aí você não vai sentir. Você precisa sentir. - ele a virou de frente
      - Quem é você? Eu não posso falar com estranhos.
      - Não precisa saber quem eu sou, só confie em mim. - o garoto segurou as mãos e os dois olhavam para o céu, lado a lado - esqueça os problemas, sinta-se livre, esqueça que esses outros só querem nosso mal. Acredite em si mesmo, você não é louca, muito menos um monstro. Você tem que fazer isso por eles, seus amigos e até os que você nunca viu, mas com certeza sofrem como você.
      - Como quer que eu esqueça de tudo isso com tanta pressão? - ela olhava para o garoto
      - Só tente. Feche os olhos.
      O garoto apertou a mão da ruiva e ela logo fechou os olhos. No exato momento que ela fechou os olhos viu curtas imagens, como lembranças, ela e o garoto, os dois brincando em um campo com flores, animais, era perfeito, imediatamente ela sorriu e sentiu, percebeu o que era. Rapidamente ela abriu os olhos e olhou para os lados, eram asas.
      - Eu...eu sou um anjo? - ela não sabia se sorria ou se fazia careta
      - Sim. - ele sorriu
      De repente ele sumiu e ela estava no chão de novo. Ela percebeu que nada dura pra sempre, todo mundo tem um limite, todo mundo cansa, mas eles precisavam continuar, precisavam persistir, eles são alma gêmeas. "Anjos não se apaixonam", "É isso ou o Criador", "Cumpra a missão, esqueça-o". Frases ecoavam na sua cabeça, ela só queria que parece, então ela gritou"
      - Aurora! Filha! O que houve? - era a mãe da ruiva.
      - Eu tive pesadelos de novo. - ela abriu os olhos e notou que estava no sofá.
      - Agora até de dia? Não é melhor levarmos a um psicólogo?
      - NÃO! Eu nem os conto para vocês, imagine para um estranho...eu...só me traz um copo d'água e chama o papai. - Aurora suspirou
      E foi o que a mãe fez, ela estava mais do que curiosa para saber como era o sonho, e o que acontecia para do nada ela começar a gritar, seja dormindo ou acordada. Eles estavam aflitos, a filha perfeita não poderia ser louca. O pai sabia que aquele internato não era para só loucos, a maioria dos homens sabiam, ele era muito importante na cidade e precisava saber.
      - Pode nos contar, meu anjo. - o homem sorriu e passou a mão pela barba mal feita.
      - Eu ouço vozes, eu tenho sonhos em que vejo pessoas que nem sei se existem, eu vejo coisas de jeito diferente e vejo coisas diferentes também, eu não sei o que acontece comigo. - ela olhava pro chão, evitava qualquer olhar com os pais.
      - Que tipo que vozes? - o homem perguntou
      - Eles dizem que eu tenho que cumprir. Que eu nasci e morrerei para isso.
      - Precisamos leva-la para os testes. - meu pai olhou minha mãe que estava com os olhos arregalados
      - Vocês acham que eu estou louca? - fiz careta.
      - Precisamos disso para saber se é apenas alguma coisa normal ou se não é.
      E no dia seguinte ela foi fazer os exames, a garota não falou com os pais durante todo o tempo de espera, e quando deu positivo, que ela tinha um "problema" eles se falaram menos ainda.
       - É hoje que você vai pra lá. - era a mãe
       - Eu não acredito que vocês estão fazendo isso comigo. - a jovem diz enquanto fecha a mala e joga o cabelo para o lado - eu confiei em vocês por dezesseis anos e agora vocês me desapontaram, me traíram
       - É necessário meu amor. - a mãe insistiu
       - Vocês podiam me tratar. Eu podia ficar em casa. E as suas regras de não sair até dezoito anos? É idiota, mas agora eu quero. - a garota pega a bolsa e caminha para a porta.
       - É mais do que isso meu anjo, quando chegar lá vai entender.


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